terça-feira, 16 de abril de 2013

Um pouco sobre Porto Alegre...



Dia desses, vi um texto de um cara francês sobre vários detalhes aleatórios que ele percebeu ao vir ao Brasil. Resolvi fazer o mesmo com Porto Alegre, só para deixar registradas algumas impressões sobre a cidade, antes que eu me acostume tanto que tudo isso passe a ser normal p/ mim...


*   Em PoA, as pessoas se guiam pela estação do ano para escolher a roupa antes de sair de casa, não pela temperatura real. Se é inverno, deve-se usar casaco, mesmo que dê 30 graus. Se é verão, todo mundo sai de regata, mesmo que seja uma noite fria.

*    Em PoA (ou no RS?), as pessoas acham que churrasco só existe aqui. Ok, pode até ser mais comum aqui, mas comi churrasco a vida inteira em Recife! Desse mesmo jeitinho, tá? Churrasqueira, espetos, carne, sal grosso etc...


*       Em PoA, metade das palavras são faladas pela metade. As pessoas marcam de fazer um CHURRAS no FINDI, as minas levam REFRI e os caras levam a CEVA. Pior é que os garçons nem sequer me entendem de primeira quando peço um “refrigerante”, é anormal demais falar a palavra completa.

*        Aqui existem vários termos populares incompreensíveis para o resto do Brasil (eu acho). Cachorro vira-lata é “cusco”. Geléia é “chimia” (há quem diga que são coisas diferentes, mas todo mundo chama os dois de chimia mesmo). E a sensação maravilhosa de chegar na padaria e pedir um “cacetinho”(pão francês)??

 *        Aqui em PoA, as comidas são todas gigantes. É cachorro-quente com 50 tipos de recheios e 2 salsichas. É xis que se divide pra 4 pessoas. É pastel com 1,5kg de recheio. Não sei como metade da população não é obesa...

*         Já que mencionei, tem o tal do xis. Xis é pão, tomate, alface, milho, ervilha, salsa, tomate, maionese, mostarda, coração, calabresa, frango, filé... enfim, é pão com o que você quiser dentro! Desde que seja gorduroso e gigante (e delicioso).

  *       Aqui em PoA não tem praia. Por isso, sempre que vou para Recife, todo mundo me pergunta sobre as praias quando volto. A decepção é gigante quando digo que não, eu não fui pra praia. “Mas como assim tu foi pro nordeste e não foi pra praia???”. É tipo um gaúcho que mora fora vir pro RS nas férias e eu perguntar “Mas como assim tu não foi pra Gramado???”.

 *        Aqui no RS, as comidas têm época. Todo mundo chama de louco quem falar em tomar vinho ou comer feijoada no verão, porque são coisas de inverno. Engraçado é que eles mesmos vão pra rua num calor de 40º tomar chimarrão.

 *        Aqui eles realmente usam aquelas gírias típicas que conhecemos, como tchê, barbaridade, tri... mas não tanto como se pensa. Só o “bah” é que é bastante usado. Acho que o “bah” é 1 em cada 5 palavras que ouço aqui.

  *         Muitos aqui tem mania de usar umas expressões que comparam coisas que acho muito engraçadas. Se vêem um carro ocupando duas vagas no estacionamento, “esse aí estacionou que nem a cara dele!”. Se tem alguém meio perdido, “tá mais perdido que filho de prostituta em dia dos pais”.

  *        Qualquer nome de rua, prédio, praça etc que você ver no RS, que faça referência a algo ou alguém histórico que você não conhece, chute que é sobre a revolução farroupilha. 95% de chances de acertar.

*        Não sei se é porque estou acostumada com Recife, onde nunca tinha muitos shows, mas parece que toda banda do mundo vem pra Porto Alegre. Se você é fã de uma banda de rock pop grunge indie cigano funk de uma cidade do interior da Bélgica, não se preocupe: uma hora essa banda vai vir tocar aqui.

 *            Tudo que é legal é “afu”. O que é afu? É “afudê” reduzido. Aaaaaaaah tá, agora entendeu né...

 *        Aqui em PoA tem uma coisa muuuito boa que é uma lei municipal (acho que é lei municipal) que obriga o uso de fones de ouvido no ônibus. Mas tem também uma coisa muito ruim: ainda estamos no Brasil, onde leis não são cumpridas.

 *        Quem acha que gaúcho é bairrista, em geral, tem toda razão. A maioria tende a achar que tudo aqui é o melhor. Mas, ao mesmo tempo, eles mostram bastante interesse em coisas de fora. Nunca me senti discriminada por ser de fora, nunca percebi nenhum preconceito desse tipo. Pelo contrário, acho até que o fato de ser de fora me fez conhecer mais gente!

 *        Acho que o que me faz gostar daqui é o fato de ser um lugar bem "diferente", como o Nordeste. Um lugar com muita cultura, com gente receptiva. Antes de vir, admito que tinha um certo preconceito e receio de como seria minha vida aqui, mas... acho que PoA é bem afudê.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Drizzt Do'Urden

Bom, não tenho nada pra postar aqui, pra variar.
Essa postagem nem é muito pra galera ler, é mais pra mim.
A única coisa que quero dizer p/ quem ler isso (se é que alguém lê isso aqui) é: leiam a série The Legend of Drizzt, do R.A.Salvatore. Quem gosta de ficção, algo meeeio tipo senhor dos anéis, com elfos e anões e blabla, vai gostar. E Drizzt é muito melhor que O Senhor dos Anéis, na minha opinião xD

Enfim, agora é a postagem pra mim. É que no meio do livro tem umas partes que tem umas "cartas" de Drizzt, tipo um diário, onde ele fica ~refletindo sobre coisas da vida~. E eu A-M-O essas partes. Então vou postar duas aqui pra eu ler de vez em quando. Quem tiver interesse, leia... uma é meio que sobre amizade e outra sobre acreditar em deuses.


Livro II - Parte 4

         There have been many times in my life when I have felt helpless. It is perhaps the most acute pain a person can know, founded in frustration and ventless rage. The nick of a sword upon a battling soldier's arm cannot compare to the anguish a prisoner feels at the crack of a whip. Even if the whip does not strike the helpless prisoner's body, it surely cuts deep into his soul.

         We all are prisoners at one time or another in our lives, prisoners to ourselves or to the expectations of others around us. It is a burden that all people endure, that all people despise, and that few people ever learn to escape. I consider myself fortunate in this respect, for my life has traveled along a fairly straight-running path of improvement. Beginning in Menzoberranzan, under the relentless scrutiny of the evil Spider Queen's high pristesses, I suppose that my situation could only have improved.
         In my stubborn youth, I believed that I could stand alone, that I was strong enough to conquer my enemies with sword and with principles. Arrogance convinced me that by sheer determination, I could conquer helplessness itself.Stubborn and foolish youth, I must admit, for when I look back on those years now, I see quite clearly that rarely did I stand alone and rarely did I have to stand alone. Always there were few friends, true and dear, lending me support even when I believed I did not want it, and even when I did not realize they were doing it.
Zaknefein, Belwar, Clacker, Mooshie, Bruenor, Regis, Cattie-Brie, Wulfgar, and of course, Guenhwyvar, dear Guenhwyvar. These were the companions who justified my principles, who gave me the strength to continue against any foe, real or imagined. These were the companions who fought the helplessness, the rage, and frustration.
         These were the friends who gave me my life.


Livro III - Parte 3
         To all the varied peoples of the world nothing is so out of reach, yet so deeply personal and controlling, as the concept of god. My experience in my homeland showed me little of these super-natural beings beyond the influences of the vile drow deity, the Spider Queen, Lolth.
         After witnessing the carnage of Lolth's workings, I was not so quick to embrace the concept of any god, of any being that could so dictate codes of behavior and precepts of an entire society. Is morality not an internal force, and if it is, are principles then to be dictated or felt?
         So follows the question of the gods themselves: Are these named entities, in truth, actual beings, or are they manifestations of shared beliefs? Are the dark elves evil because they follow the precepts of the Spider Queen, or is Lolth a culmination of the drow's natural evil conduct?
Likewise, when the barbarians of Icewind Dale charge across the tundra to war, shouting the name of Tempus, Lord of Battles, are they following the precepts of Tempus, or is Tempus the idealized name they give to their actions?
         This I cannot answer, nor, I have come to realize, can any one else, no matter how loudly they - particularly priests of certain gods - might argue otherwise. In the end, to a preacher's ultimate sorrow, the choice of a god is a personal one, and the alignment to a being is in accord with one's internal code of principles. A missionary might coerce and trick would-be disciples, but no rational being can truly follow the determined orders of any god-figure if those orders run contrary to his own tenets. Neither I, Drizzt Do'Urden, nor my father, Zaknafein, could ever have become disciples of the Spider Queen. And Wulfgar of Icewind Dale, my friend of later years, though he still might yell out to the battle god, does not please this entity called Tempus except on those occasions when he puts his mighty war hammer to use.
         The gods of the realms are many and varied - or they are the many and varied names and identities tagged onto the same being.
         I know not - and care not - which.


domingo, 30 de outubro de 2011

#ForçaLula

Só queria dizer aqui que discordo totalmente desse pessoal fazendo campanha pra Lula se tratar pelo SUS. Eu entendo o propósito da campanha e sei que a intenção é a de chamar a atenção dos políticos para o sistema precário que temos. E, sim, se os políticos fossem obrigados a usar o SUS, talvez eles prestassem mais atenção e melhorassem as condições dele. Só que as coisas não funcionam assim e querer descontar a culpa de tudo na VIDA de um ex-presidente é simplesmente ridículo.

Gente, não foi Lula que fez do SUS o que o SUS é. Claro que ele pode ter colaborado, pode ter sido corrupto, pode ter sido o que você acha que ele foi. Só que, em primeiro lugar, eu não acredito que o SUS seja um sistema feito para ser o melhor sistema de saúde de todos os tempos, melhor que a saúde particular. É uma coisa óbvia e evidente que, no Brasil, não há condições para isso. O que se pode fazer é dar um mínimo de assistência àquelas pessoas que não tem nenhuma condição de pagar um hospital particular. Claro que eu não estou defendendo as pessoas morrerem na fila esperando uma vaga, isso é um absurdo sem tamanho. Só quero dizer que mesmo que o SUS fosse melhorado, Lula ainda se trataria na rede privada. Por quê? Porque apesar de ter sido um pobre operário e entender as dores do povo, ele também foi presidente. E independente de ter sido um bom presidente ou não, ele batalhou, chegou lá e ganhou dinheiro. Se ele tem dinheiro, ele vai lutar pela vida dele como puder, é um direito dele. Então, obviamente, ele vai se tratar num bom hospital.

Em segundo lugar, Lula não é o único responsável pelo SUS. O SUS (e, na real, o Brasil em geral) ser uma grande porcaria é resultado de um longo processo; resultado de toda a história do país; e resultado, também, do povinho que compõe essa nação. Enfim, o que importa é: o SUS é uma bosta. Se Lula for tratado ali, ele talvez não sobreviva a um câncer que, tratado na rede privada, tem 100% de chance de cura (segundo uma matéria que li pelo menos). Então essas pessoas querem o que? Que Lula morra pra “dar um exemplo”? Eles acham que toda a cultura de corrupção, de falta de educação e respeito no Brasil vai mudar porque “Lula morreu ao ser tratado no SUS”? Enquanto isso, todos nós, que temos dinheiro, estamos sendo tratados na rede particular porque né... “eu não tenho responsabilidade sobre as desgraças do Brasil, Lula que se ferre aí com o povo que o elegeu”.

Resumindo: é meio sem noção querer cobrar do cara algo sério assim. Ok, eu entendo que ele foi presidente e tem sua parcela de responsabilidade sobre a situação do país. Mas querer que ele pague com a própria vida algo que ele, sozinho, não poderia ter mudado (mesmo que ele quisesse) é meio demais, não?

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

One ticket to hell, please!

Pra variar, estou revoltada com religiosos. A pessoa twitta: “se é ateu pq não sai por aí matando por diversão, roubando e ficando ryco? afinal, não existe inferno”. Gente, oi? Amiga, você já ouviu falar em moral? Pois é. Moral, ao contrário do que você imagina, não é algo que se adquire através de religião. Se a moral do mundo fosse tirada da bíblia, a gente ainda seria um bando de bárbaros que matam uns aos outros por motivos estúpidos. Nem você, amigo cristão, que acha que segue à risca a moral bíblica, tira sua moral da religião. Se seguisse, você apedrejaria seu pai quando ele tivesse um trabalho extra pra fazer no sábado... afinal sábado é dia de descanso e esse é o castigo para quem quebrar essa regra, né? Como acredito que você, apesar de cristão, já tenha uma mentalidade mais evoluída de que as pessoas que escreveram a bíblia, você nunca apedrejou ninguém por esse motivo estúpido. Até porque é raro alguém que nunca tenha trabalhado num sábado hoje em dia. E sabe por que você não apedrejou ninguém? Porque você tem uma moral que foi construída socialmente, através do convívio com outras pessoas. Uma moral que o homem construiu através da RAZÃO e não da CRENÇA através de milênios. Uma moral que nos permite dizer “essa parte da religião é boa para ser seguida, essa outra não”. Portanto não venha com papinho de que religião é que ensina o bem ou a diferença entre certo e errado. É a moral e a ética da sociedade que nos ensinam isso. Sabe o que acontece com pessoas que seguem exclusivamente a moral religiosa? Viram “terroristas”. E outra coisa, eu não acredito em inferno mesmo. Mas se o inferno por acaso existisse, por que os cristãos tem mania de achar que os ateus iriam pra ele? Deus teria que ser muito mesquinho, carente e egoísta pra fazer isso, não? Eu sou uma pessoa melhor que muito cristão por aí. O cara rouba, mata, vai lá se confessar e pronto, entrada pro céu tá garantida, UHUUUL! Aí eu fico na minha a vida toda, tento não fazer mal nem a uma formiga (literalmente), sou honesta e decente... mas vou pro inferno só porque nunca me foi dada nenhuma evidência da existência de Deus e, portanto, não consigo acreditar nele? Poha, que Deus imbecil é esse que os próprios cristãos imaginam??

Se eu tiver sido criada por Deus, pra que danado ele me deu lógica e razão se não fosse pra ser usada? Eu vi dia desses num vídeo uma frase que dizia: Se todos os ateus fossem expulsos dos EUA, seriam expulsos 90% dos cientistas academia de ciências blábláblá (esqueci o nome), mas apenas 1% dos presidiários. Olhe, se a CRENÇA e a FÉ CEGA forem os critérios pra entrar no céu... muito obrigada, mas to comprando minha entrada pro inferno.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

...E livrai-nos do mal, amém!

Eu odeio religiões. Nada contra quem acredita em Deus e tal, eu só odeio religiões e igrejas. Não acredito em Deus, é bem verdade, mas também não me acho a dona da verdade pra sair dizendo “Deus não existe”, né? Vai ver existe algo superior controlando o mundo mesmo, sei lá... talvez os milhares de deuses que os povos antigos acreditavam, talvez um Deus só, talvez a Matrix, whatever. Só sei que não entendo o mundo, então não tenho cara de pau de afirmar que Deus não existe, simplesmente não consigo acreditar na existência dele. Pra mim isso é tipo se apaixonar, sabe? Você não pode controlar...simplesmente se sente assim e pronto. E eu nunca senti nada por Deus, nada nunca me levou a acreditar nele. Só tenho certeza de uma coisa: mesmo que um dia eu venha a acreditar, me recuso a ir a igrejas. Pra mim a definição de igreja é: bando de cretinos que tiram vantagem da fé de gente ingênua. Claro que tem um ou outro padre bom de verdade, mas, no geral, eu acho isso. E com “ingênuos” não quero dizer só boas pessoas. Tem também as ruins, mas ingênuas a ponto de achar que indo à igreja estão se livrando dos pecados.

Eu lembro das igrejas em que já fui obrigada a ir... algumas grandes, com vários detalhes em ouro. Alguém me explica quando foi que Deus desceu e disse “eu curto luxo”? Pra mim igrejas deveriam exalar humildade. Pega esse ouro e vai matar a fome dos pobres! E o pessoal passando pedindo o dinheirinho de Jesus? Os mais bobinhos doam é um dinheirão pra pagar as férias do padre. Entrar pra igreja só não deve ser a carreira da moda por causa dessas histórias de celibato – aí o pessoal tenta carreira na política....só pode. E nem vou começar a falar de muçulmanos e tal. O que tem a ver religião com não poder comer porco? Só eles entendem...

Enfim, acho totalmente sem noção você ter que seguir um bando de regras pra poder “ir pro céu”. E regras feitas por quem? Não Deus, mas homens normais como a gente. Só. E pior: nem são sempre regras que melhoram a sociedade. Qual é a de não usar camisinha? Pergunto de novo: quando foi que Deus desceu pra dizer “transar é feio antes do casamento e se não for pra ter filhos, seus depravados!”? Como já li por aí, se Deus quisesse que o homem não transasse, ele teria feito do sexo uma coisa ruim.

Essa minha revolta começou só porque acabei de ler uma matéria que diz que há 40 anos, quando era professor de teologia, o Papa Joseph Ratzinger assinou uma petição que questionava o celibato na Igreja Católica. Aí agora ele vira papa e continua com regrinhas imbecis. Eu já vi algumas declarações até bem “mente aberta” dele, se você levar em conta que ele é um papa. Mas mesmo que ele tenha a mente mais aberta mesmo, não dá pra mudar milhares de anos de tradição de uma hora pra outra. É uma questão de anos e anos de mudanças e, quem sabe, evolução mental pros ingênuos.

Repito: nada contra Deus, nem sei se existe. Nem acho que importa tanto o fato dele existir, o que importa é acreditar. Acho que Deus é simplesmente a solução pro medo dos homens. Na hora que tá tudo dando errado, é bom sentir que tem alguém te protegendo... então que bom para os que acreditam nele. Eu não consigo. De qualquer forma, eu sei que sou uma boa pessoa e não preciso de igreja alguma pra me dizer isso, mas se um dia eu acreditar em Deus, simplesmente vou deitar na minha caminha, fechar os olhos e falar com ele dali mesmo. Isso tem infinitamente mais valor de que pagar o salário do padre e ir matar alguém na esquina.

Ps: não levei em conta no texto religiões tipo budismo e tal né... afinal não as conheço muito. Então entendam que isso que falei vale pra católicos, evangélicos etc... enfim, dá pra captar quais religiões se encaixam né xD

Ps2: perdão se eu falei alguma besteira ou sei lá...não sou a pessoa mais informada do mundo sobre religião mesmo... é uma opinião informal puramente baseada no que sei do dia a dia mesmo...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Haja paciência...

Eu só queria falar uma coisinha em relação a esses ataques a nordestinos: como pode ter tanta gente ignorante no mundo? Eu nem digo que TODOS eles estão TOTALMENTE errados, mas essa forma de lidar com as coisas é, no mínimo, primitiva. Eu sei que muitos desses querem mais é aparecer, que ninguém tem intenção de "matar um nordestino afogado" realmente. Mas será que eles não vêem que esse tipo de pensamento é absurdo? Que pessoas são todas iguais, apenas as condições são diferentes? Ok, não quis dizer que todas as pessoas são iguais. O que quero dizer é que uma pessoa ruim é ruim em qualquer lugar. Uma pessoa boa é boa em qualquer lugar. Uma pessoa ignorante é ignorante em qualquer lugar. Enfim, meu ponto é que tem gente boa e trabalhadora no norte/nordeste também. Infelizmente, essas regiões não têm condições de crescer sozinhas. Elas precisam de ajuda... e não falo desses "bolsa isso", "bolsa aquilo" que o PT tem dado. Nesse ponto eu concordo com os que estão xingando a eleição de Dilma. Só que não é uma guerra entre sul/sudeste e norte/nordeste, como esses xenófobos pensam. É uma guerra de ricos x pobres. Sim, muitos muitos pobres preferem ficar em casa fazendo filho pra ganhar bolsas do governo, enquanto os "ricos" trabalham pra pagá-las. Mas esse povo acha o que? Que Serra faria melhor? Serra é dos ricos, trabalha a favor dos ricos e não acredito que ele teria algum plano eficiente pra erradicar a pobreza. Não quero defender Dilma, apenas digo que cada um vota pensando nos seus próprios problemas. Os ricos votarão em Serra porque ele ajuda os ricos. Os pobres votarão em Dilma porque ela vai ajudar os pobres. A ajuda dela pode não ser a ideal para o desenvolvimento do país, mas quem está passando fome não vai colocar a economia nacional na frente da alimentação dos próprios filhos, né?
Então antes de ficarem xingando o norte/nordeste pela eleição de Dilma, eu só queria que essas pessoas percebessem que elas também votaram em Serra por motivos próprios e que refletissem: se eles acham que só pobre e sem educação vota em Dilma e ela ganhou as eleições, o que isso significa? Que a maioria do país é pobre e sem educação. Não seria melhor concentrar essas forças pra tentar mudar o país ao invés de ficar vivendo no próprio mundinho se achando superior a quem não tem culpa das condições em que vive?
Enfim...é isso.

(Ps: Não sou nenhuma revolucionária, não luto pelo país e entendo pouco de política... tudo o que falei foi só uma opinião, só pra dizer que se é pra brigar, que briguem por algo que valha a pena p/ todos)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Isso é CALYPSOOOOOOO!

Isso foi uma crônica que eu escrevi pra uma cadeira do curso de Jornalismo, em 2008. Foi feita bem de qualquer jeito (pra variar, eu tava sem saco p/ os trabalhos da faculdade), já vi que tem errinhos, mas reflete minha opinião sincera sobre o tema e, apesar de já fazer um tempo, ainda concordo com o que escrevi... enfim, tá aí:

Bem, estou aqui para defender a existência das coisas ruins. O que seria do mundo sem as coisas ruins? Vamos falar primeiro de música: sério, alguém imagina o mundo sem funk? Sem brega? Tá certo que em casa é muito bom você pegar a música “boa” que você quiser e ouvir. Mas, numa festa, TEM que ter música ruim! Uma festa não é festa se não tiver o momento de botar a mão no joelho, dar uma abaixadinha e ir mexendo gostoso, balançando a bundinha. Festa com música boa não tem do que rir.

Dia desses fui numa festinha que começou com música até boa. Uns dances internacionais. Só que “boa” é aqueles tuntz tuntz que você fica balançando um pouquinho, de repente começa a dormir em pé e dez minutos depois olha no relógio e diz “Danou-se! Ainda ta na mesma música?!”. Uma hora depois, quando o tuntz-tuntz acabou (eu não sei quantas músicas tocaram nesse tempo, para mim foi só uma), começou a parte trash. Do nada, eu olho pro lado, e todos aqueles zumbis levemente saltitantes surgidos com o tuntz-tuntz acordaram e começaram a dançar creu. Não é incrível como todo mundo sabe pelo menos parte da coreografia?? E mesmo que não saiba, todo mundo tem um repertório de passos de funk pra sair inventando sua própria dança.

E o que seria de nós sem o brega? Nesse caso, não falo nem só pela música, mas também pelas figuras que cantam. Digo logo que é muito bom você ver alguém com aquele cabelão super loiro e cheio e poder comentar “Meu deus, o que é aquele miojo na cabeça daquela menina? Parece a Joelma do Calypso”. Gente, brega é muito ruim. Mas eu já fui em show de brega que me rendeu muitos bons momentos rindo. Sem contar as tardes de nossa televisão, né? Quando você estiver num dia ruim, ligue a TV por dois minutos no programa de Denny Oliveira. Se você não rir, você é anormal, perdão. Pode ser maldade minha, mas cabeludos de chapinha, gordinhas semi-nuas, roupas cheias de paetês e umas cinquenta pessoas com kolene no cabelo cantando “Amor de rapariga não vinga, não, não tem sentimento, não tem coração...” é algo que todo mundo deveria ver pelo menos uma vez na vida.

Para vocês terem mais uma noção de até onde vai meu gosto pelo tosco, já passei uma hora inteira numa madrugada assistindo Polishop. Duas apresentadoras fazendo suquinho com comentários do tipo “Nooossa! Laranja, beterraba, macaxeira, abacaxi, pêra... que cores bonitas! Deve estar gostosa essa mistura, né, gente? Hmmmm, uma delícia!”, enquanto outra apresentava um incrível lençol que te dá a opção de qual lado você quer usar: o liso ou o estampado!! Nossa... Polishop para mim é tosco, mas tem que ser um verdadeiro artista para fazer cara de felicidade apresentando os produtos. Eu rio...e muito.

Tá certo que o que é ruim é relativo. Mas imaginem um mundo só com as coisas consideradas boas mesmo. Um mundo onde só existissem músicas com letras bonitas; onde a gente só fosse em festas curtir um MPBzinho ao vivo; onde a gente só ligasse a TV para se informar do mundo e enriquecer nosso conhecimento. Acho que não teria graça. É por isso que digo: não sei pra vocês, mas, para mim, o tosco faz a vida valer a pena.